As Obras da Carne
1° Parte
Vamos ler no livro de Gálatas 5.19-23
Os Gálatas tentavam agradar a
Deus através dos seus próprios esforços ao invés de confiarem nele. A acusação
de Paulo contra eles era: “Sois assim insensatos que, tendo começado no
Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (3:3).
Assim
como nós não podemos conquistar um relacionamento com Deus através das nossas
obras, somos incapazes de nos desenvolvermos espiritualmente por nossa própria
força. Paulo lembra aos Gálatas (e a nós) que a dependência de Deus através da
obra do Espírito em nossas vidas é vital em nossa caminhada com Cristo.
Se pensarmos que podemos nos tornar
semelhantes a Cristo por nossos próprios esforços, estamos como os Gálatas, nos
auto enganando.
Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais
nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele
controlado pela natureza humana pecaminosa do que 5.16-26. Paulo não somente
examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao
enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também
inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do
Espírito.
OBRAS
DA CARNE.
“Carne”
(gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua
no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl
5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de
Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e
mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do
poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17 nota). As obras da carne
(5.19-21) incluem:
(1)
“Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto
inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt
5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são
traduzidos por um só em português: prostituição.
(2)
“Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios,
inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).
(3)
“Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias
paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21).
(4)
“Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou
ídolos, e também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse
autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).
(5)
“Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de
demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx
7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).
(6)
“Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis;
antipatia e inimizade extremas.
(7)
“Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29;
1Co 1.11; 3.3).
(8)
“Emulações” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos
outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).
(9)
“Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de
palavras e ações violentas (Cl 3.8).
(10)
“Pelejas” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20;
Fp 1.16,17).
(11)
“Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na
congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).
(12)
“Heresias” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação,
formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).
(13)
“Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que
possui algo que não temos e queremos.
(14)
“Homicídios” (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A tradução
do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de methe, a
seguir, por tratar-se de práticas conexas.
(15)
“Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais por
meio de bebida embriagante.
(16)
“Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de modo
extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.
As
palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem
se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-se do reino
de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9 nota).
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